Com o propósito da formação de pessoas do bem, por meio dos esclarecimentos e consolo proporcionados pela Doutrina dos Espíritos a partir dos ensinamentos do Cristo, a União Espírita Paraense (UEP) completa 118 anos de funcionamento nesta segunda-feira (20).
Para marcar essa data, foi realizada no domingo (19) na sede da rua Oswaldo Cruz, no centro de Belém (PA), uma programação que reuniu uma palestra e homenagens com foco no aniversário da UEP e nos 160 anos do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (ESE). A UEP foi fundada em 20 de maio de 1906.
A abertura da programação contou com a harmonização a cargo do grupo Sol da Vida; o pronunciamento da coordenadora do evento, Nelma Blois, na presença da presidente da UEP, Bete Abreu, e do 1º vice-presidente Heitor Lacerda; e a apresentação de um número musical por bailarinas do centro Mocidade Espírita Legião do Bem (MELB), do bairro do Jurunas.
A Equipe Alegria apresentou uma canção composta em homenagem aos 160 anos do ESE, e houve ainda um sarau lítero-musical com a participação do Grupo D´Alma. E a palestra do dia ficou a cargo de Carlos Augusto Correia, diretor de Gestão do Livro Espírita da UEP.
118 anos
Acerca dos 118 anos de UEP, o 3º vice-presidente da Casa, Antônio Almeida, presente ao evento, destacou que essa marca de mais de um século da instituição relaciona-se ao fato de que a instituição, atuando a partir de Belém em todo o Estado do Pará, tem como função principal a divulgação da Doutrina Espírita e a unificação dos centros espíritas do Pará. “Doutrina que é interpretada por nós, espíritas, como aquela que traz o consolo, porque por meio da reencarnação nós buscamos o entendimento do porquê de certos eventos da vida, e a Doutrina Espírita traz esse conforto emocional, espiritual para as pessoas no nosso Estado do Pará”, ressaltou.
São mais de 200 centros espíritas no Pará, e há alguns que não são adesos oficialmente, mas têm vínculos em função da identidade doutrinária.
Legado
Um dos setores em destaque da UEP é a Livraria André Luiz da instituição, além dos serviços de atendimento ao público, aplicação de passe, palestras, eventos e outras atividades da Casa. Antônio Almeida destaca a contribuição da Livraria da UEP para a sociedade. “Livro em qualquer instância é um elemento de divulgação de conhecimento, um elemento esclarecedor, intelectualmente falando. E quando se trata do livro espírita, essa função se estende para o âmbito do emocional e do intelectual da pessoa. Por exemplo, “O Livro dos Espíritos’, obra básica da Codificação, a primeira delas, publicada em 18 de abril de 1857, além de informar os princípios doutrinários, esclarece a pessoa, proporcionando uma visão de mundo diferente, baseada na pluralidade das existências, na ideia de que nós somos construtores do nosso próprio destino e como tais somos aqueles que construímos a nossa desdita ou a nossa felicidade, depende do nosso livre arbítrio, agir no bem ou não”, assinalou.
Sobre o legado da UEP à sociedade em 118 anos, Antônio Almeida ressaltou que a instituição trabalha com o conceito de que a construção da sociedade se dá a partir da atuação de cada indivíduo. Assim, “se nós tivermos uma sociedade formada por pessoas boas, que praticam o bem, nós teremos uma sociedade boa, uma sociedade no bem, uma sociedade em paz; cada pessoa que de alguma maneira passa pela União Espírita e assimila os ensinamentos cristãos que a Doutrina Espírita ensina, fundamentados no amor a Deus e no amor ao próximo, torna-se uma pessoa de bem e, consequentemente, um elemento transformador da sociedade”. “Então, o principal legado da UEP é contribuir para a paz social, para uma ordem social baseada no respeito recíproco, na igualdade de todos como filhos de Deus”, completou Antônio Almeida.
Evangelho
Carlos Correia chamou a atenção para o fato de que os 160 anos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, a obra espírita mais lida em todos os tempos, e os 118 anos da UEP estão interligados, por se identificarem em uma questão muito importante trazida por Allan Kardec e os Espíritos superiores: a formação de homens e mulheres de bem (ESE, capítulo 17, “Sede Perfeitos”, item 3). “Temos, então, uma dupla comemoração. Destacamos o rastro de esperança da União Espírita Paraense e o ESE que é o maior código moral universal, dito pelos próprios espíritos superiores”, salientou Carlos. Ele expôs sobre o surgimento da obra, a importância dela e acerca dos autores do ESE que envolve citações evangélicas, comentários de Allan Kardec e as explicações dos espíritos superiores. O livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” foi publicado em 15 de abril de 1864, em Paris, na França.
“Essa obra tem uma amplitude da qual, às vezes, a gente não tem muito ideia, mas é procurada por todas as pessoas pelo consolo e conforto que traz. Mas, sobretudo, pelo despertar da consciência, porque a mensagem do ESE desperta a inteligência para que aquelas citações evangélicas trazidas pelo Evangélico canônico possam ser mais absorvidas pelas pessoas”, observa Carlos Augusto Correia.